Monday, December 18, 2006

 

"Não existe almoço grátis" (Milton Friedman, Nobel de Economia em 1976)

Claro que a indignação é maior quando o desperdício é feito da parte da riqueza reservada para o coletivo. Hoje nossa estrutura social permite que meia dúzia de pessoas se aposse da maior parte dos recursos, mas não é o simples título de propriedade o mais importante para a sociedade, mas a maneira como são geridos os meios. Uma mega-empresa que tenha lucros colossais mas que reinveste a maior parte em atividades produtivas, que geram trabalho e renda, cumpre uma função social importante. Uma outra cujos lucros viram contas na suíça, caviar e iates de luxo não pode ter a mesma simpatia do povo.

O desperdício das empresas privado diminui seu lucro – a parte que é tributada e se torna bem comum também encolhe. Há mil peripécias e tramóias contábeis que as empresas fazem para fugir do fisco, em especial as de capital fechado (limitadas), que não têm obrigação de publicar seus balanços. Nesse aspecto as SA (sociedades anônimas), com ações em bolsa, constituem um modo superior de gestão, mais democrático e transparente.

De qualquer forma, há muito tempo entendo, como cristão e espírita, que temos que avançar nossa mentalidade de que TUDO pertence a TODOS, mesmo que, burocraticamente, alguns poucos possuam os títulos. A Terra e as riquezas que produzimos devem nos servir e serem distribuídas da forma mais fraterna possível. Não nego que se possa recompensar aqueles que se esforçam mais – pois talvez seja o empreendedorismo a principal causa da diferença entre a miséria e a opulência – mas é inegável que sabemos e podemos produzir o minimamente indispensável à sobrevivência digna de todos os habitantes do planeta. É inaceitável que, apenas por não conseguir emprego, por exemplo, alguém tenha que passar por privação material.

Talvez eu seja um sonhador e esteja falando sozinho, mas tudo que vi, ouvi, li, senti e percebi nesses últimos 30 anos apenas reforçam minha convicção. Podemos demorar 50, 500 ou 5.000 anos para chegarmos lá, mas chegaremos, e tento me esforçar o tempo todo para que isso aconteça o mais rápido possível. Eu tenho pressa, e vocês?

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